Vida e obra de Roberto Burle Marx

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Cores, formas, volumes e texturas! Nunca um artista conseguiu harmonizar tão bem tantas variáveis quanto Roberto Burle Marx ao criar seus jardins e projetos paisagísticos. 

De pequenos jardins residenciais a grandes praças e edifícios públicos, o legado de Burle Marx, autor de mais de três mil projetos em 20 países, o consagrou como um dos maiores paisagistas do mundo. Ele recebeu várias exposições no Brasil e no exterior, assim como diversos prêmios pelo conjunto de sua obra, dentre eles o título de “real criador do jardim moderno” concedido pelo Instituto de Arquitetos Americanos de Washington (EUA) em 1965.

Todos os dias, milhares de pessoas passam por suas obras sem se dar conta. Entre as principais, destacam-se: no Rio de Janeiro o Parque do Flamengo, os jardins do MAM (Museu de Arte Moderna), o aeroporto Santos Dumont. Outro exemplo famoso é o calçadão na Avenida Atlântica na Praia de Copacabana! O pedestre desavisado não percebe o famoso mosaico de pedras portuguesas nas cores branco, preto e vermelho. Belo Horizonte. Em São Paulo o famoso Parque do Ibirapuera e o Banco Safra na Avenida Paulista. Em Brasília projetou o Eixo Monumental entre os Ministérios e em Belo Horizonte o  Parque da Pampulha. No exterior  o Biscayne Boulevard em Miami), o Parque Del Este em Caracas (Venezuela), o Jardim das Nações na Áustria e a Praça Peru em Buenos Aires. 

Não apenas seus parques e jardins impressionam, mas o conjunto de sua obra. Burle Marx reúne em uma só pessoa habilidades como paisagista, pintor, desenhista, escultor, litógrafo, serígrafo, designer de joias, ambientalista, arquiteto e urbanista, além de ativista e pesquisador.

Uma de suas características marcantes é a utilização de um processo integrado conhecido como tríade: Arquitetura, Paisagem, Pintura. Suas telas se transformam em espaços públicos e os espaços públicos e jardins em telas e esculturas. Nota-se como a Arte e a paisagem se cruzam.

DO MENINO AO ARTISTA CONSAGRADO (1909-1994)

Roberto Burle Marx nasceu em São Paulo, no dia 4 de agosto de 1909. Era o quarto filho de Wilhelm Marx, judeu alemão, comerciante de couro, e de Cecília Burle, pernambucana, descendente de franceses. Seu pai foi criado em Trier, cidade natal de Karl Marx, que era primo de seu avô. 

Desde pequeno observa e participa dos cuidados de sua mãe com o jardim e a horta de casa. Também com sua mãe, professora de piano, aprende a cantar ópera ainda criança, tornando-se um barítono talentoso. 

Quando ainda era um menino, uma crise financeira fez com que a família se mudasse para o Rio de Janeiro. Muda-se para o bairro do Leme, no início da praia de Copacabana. Aos nove anos, Burle Marx começa a cultivar seu próprio jardim.

Ao completar 19 anos, a família viaja para a Alemanha em busca de tratamento para um problema nos olhos de Burle Marx. Em Berlim, o jovem fica fascinado ao visitar o Jardim Botânico local, quando se depara com uma estufa cultivada com espécies variadas de vegetação brasileira. Ainda na Alemanha, inicia seus estudos. Inspirado em artistas renomados como Pablo PicassoHenri MatissePaul Klee e Vincent van Gogh, decide estudar pintura. 

Com 21 anos, de volta ao Rio de Janeiro, ingressa na Escola Nacional de Belas Artes, onde estuda com Cândido Portinari. Durante o curso convive com grandes nomes da arquitetura moderna e logo que se forma, inicia a trabalhar com os arquitetos  Lúcio CostaLe Corbusier e Oscar Niemeyer.

Seu primeiro projeto público foi feito a pedido do arquiteto e urbanista Lúcio Costa. Em 1934 Burle Marx projeta a Praça da Casa Forte e a Praça Euclides da Cunha, ambas no Recife (Pernambuco). Burle Marx reúne uma variedade de espécies provenientes da Amazônia, da Mata Atlântica, da Caatinga e do Sertão Nordestino. Na época causa grande polêmica, por ter utilizado plantas típicas da região quebrando o padrão paisagístico europeu utilizado até então. 

No Rio de Janeiro, em 1945, se destaca ao projetar os jardins do terraço do Ministério da Educação e Saúde. O Edifício Capanema é considerado um marco da arquitetura modernista no Brasil. 

Em 1949, Burle Marx adquire com seu irmão, Siegfried Marx, um sítio de 405 mil m², em Barra de Guaratiba, nos arredores do Rio de Janeiro, onde desenvolve seu laboratório e viveiro, cultivando mais de 3,5 mil espécies de plantas tropicais e subtropicais. Em 1985 doou seu sítio ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Burle Marx foi reconhecido pelo seu trabalho ainda em vida e recebe diversas honrarias. Em 1971 recebe a Comenda da Ordem do Rio Branco, do Itamaraty em Brasília. Em 1982, recebe o título de Doutor Honoris Causa da Academia Real de Belas Artes de Haia na Holanda. Nesse mesmo ano, recebe o título de Doutor Honoris Causa do Royal College of Artes em Londres, Inglaterra, como o maior paisagista do mundo. Além do já citado título do Instituto de Arquitetos Americanos de Washington.

Roberto Burle Marx falece no Rio de Janeiro, no dia 4 de junho de 1994.

O REVOLUCIONÁRIO E ATIVISTA

Um aspecto fundamental é que Burle Marx foi com toda certeza um revolucionário em sua trajetória profissional. Como paisagista, rompeu com os padrões de inspiração europeia praticada até então no Brasil e no mundo. E foi muito criticado por isso. 

No Rio de Janeiro, em 1945, é convidado por Lucio Costa a participar do projeto do Ministério da Educação e Saúde. O Edifício Gustavo Capanema é considerado um marco da arquitetura modernista no Brasil. Ali Burle Marx introduz além da vegetação nativa, formas sinuosas, espaços contemplativos, formas orgânicas, revelando um modelo inédito no Brasil e no mundo. 

Burle Marx gostava mesmo de inovar! Muito antes de virar moda, ele projeta jardins com estruturas verticais e painéis decorativos, sempre que possível de dimensões colossais. Através de sua arte e visão, ele não apenas muda o estilo da paisagem e dos jardins no Brasil, como também cria uma nova linguagem e estilo: o jardim tropical moderno. 

Mas Burle Marx vai além. Ele também é um dos primeiros ambientalistas brasileiros. Ele colocar-se em defesa da preservação do meio ambiente e da sustentabilidade, muito antes deste tema ser amplamente debatido. Ao dedicar-se aos estudos das plantas para utilizá-las a perfeição em seus projetos, ele incorpora a missão de protegê-las e preserva-las.

Ele costumava sair em viagens de expedição acompanhado por botânicos profissionais para estudar os diferentes grupos de plantas. Durante essas excursões, Burle Marx descobria várias novas espécies e pelo menos 30 plantas descobertas por ele levam seu nome, como a Begonia burle-marxii, a Calathea burle-marxii e a Philodendron burle-marxii

E foi no “Sítio Santo Antônio da Bica” em Guaratiba, nos arredores do Rio de Janeiro, que ele estabelece residência desde 1949, onde trabalha e desenvolve seus projetos artísticos até o fim de sua vida. 

Entre suas habilidades pessoais, além de excelente barítono e cantor de ópera, ele também tinha dotes culinários. Desenvolvia receitas e promovia almoços memoráveis para seus amigos como Vinícius de Moraes, Alfredo Volpi, Lúcio Costa e a cantora Mercedes Sosa. Desde a combinação de ingredientes até a apresentação em louças coloridas e toalha de mesa, seus pratos eram muito apreciados.  

Morre em 1994. Não deixa filhos. 

PASSEIO SÍTIO BURLE MARX

Tenho muita admiração pelo trabalho de Burle Marx e quanto mais me aprofundo em sua vida e obra, mais tenho interesse em organizar passeios para que as pessoas também conheçam o legado desse artista tão importante para o paisagismo e a valorização da a arte e botânica brasileiros.

Como Guia de Turismo, tenho organizado passeios ao Sítio Burle Marx, local escolhido em 2021 pela UNESCO como Patrimônio Mundial na categoria paisagem cultural.

O passeio tem saída da Zona Sul do Rio de Janeiro na parte da manhã com retorno no fim de tarde e tem duração entre 7 a 8 horas. O transporte é feito em carro privativo para pequenos grupos de até 6 pessoas ou em Van para grupos maiores entre 7 e 10 pessoas.

Durante o passeio há uma parada para almoço para saborear pratos da culinária local.

A visitação ao Sítio é realizada com data e horário previamente agendado.

Além da visita ao Sítio Burle Marx, organizo roteiros personalizados em pontos estratégicos na cidade do Rio de Janeiro onde se pode conhecer as obras e a vida de Burle Marx.

Venha apreciar e sentir essa natureza exuberante de perto! Entre em contato pelo WhatsApp e agende já o seu passeio!

Bia Stein Tours

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ACESSIBILIDADE:

O participante com alguma restrição em se locomover terá todo o apoio necessário da Guia. O Sítio dispõe de veículos de apoio para acesso aos locais de visitação.

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